Quinta-feira, 23:00. Estou no litoral paulista. Fiquei anos sem vir aqui. Exatos 4 anos. Voltei a mesma casa em que eu estive da última vez. Por que?
Comodismo. A dona da casa é minha vizinha e faz meu cabelo(E eu ainda não tenho uma cabelereira de minha devoção. Existe uma maldição. As minhas duas últimas cabelereiras, que cuidaram dos meus cabelos por somados 8 anos mais ou menos, morreram de câncer. Agora, às vezes, faço com essa vizinha, às vezes, ao lado do trabalho).
A noite do bairro está mais parada que há 4 anos. A chuva também não tem colaborado. Estamos aqui desde terça. Imaginei que meu filho adoraria conhecer o mar. Só hoje que ele aprendeu a sair da praia sem chorar.
Aliás o Gabriel é um caso à parte. Ontem gargalhou por um quarteirão e quis sair em disparada para o mar quando ganhou uma pranchinha de bodyboard. É tão fácil fazê-lo feliz.
Passei todos esses anos longe das praias por vários motivos. Mas o maior deles é que depois de ganhar o meu filho, não voltei a caber na minha querida (e finada) mini-saia jeans de aproximadamente 2 palmos de comprimento com zíper que se tornava fenda opcional, tam 42.
A guardei até pouco tempo. Decidi que se eu voltasse a entrar nela o modelo não seria novidade. Doei.
Depois de tanto tempo e com um corpo diferente decidi comprar um maiô para "criar coragem".
Na terça, ao chegar, a primeira coisa que notei foram os corpos. Os de 18, perfeitos. Alguns iguais ao meu. Outros mais cheinhos, mais gordos. E nessa hora lembrei-me da relativdade da felicidade. Exemplo? Pesar 80 kg para uma mulher que já pesou 100 é uma conquista. Ela se sente confiante, capaz de tudo. Pode até estar se reconciliando com a própria sensualidade.
Pesar os mesmos 80 kg para quem sempre pesou 60 kg é catastrófico, deprimente. É como se esses 20 kg não a pertencesse e a separasse da felicidade.
E eu não estou feliz. Mas não tenho conseguido me disciplinar parar mudar isso.
Cheguei numa idade que eu me importo sim com a saúde e não só com a estética. Ser mãe também me faz querer manter o pique e o charme (por que não?) para acompanhar esse rapazinho.
Esses dias tenho repensado certos hábitos. A casa onde estamos fica a uns 6 quarteirões da praia. se eu estivesse em casa e alguém me chamasse para percorrer essa distância eu diria: "Calma ae, deixa eu pegar a chave do carro". É automático. Carro no funileiro agora nas férias e eu fiquei todos os dias sem sair de casa. Mas aqui não.
Hoje mesmo caminhamos a noite pela orla para ir à feira de artesanato e pagar a maçã coberta de chocolate que eu havia prometido para o meu filho, é verdade. Mas sem a minha genda apertada e com uma alimentação balanceada tenho sentido muito mais disposição.
Tenho mantido meus vícios, of course. Vou por 1 hora, em média, à lan porque eu não trouxe o note. Apesar disso, não postei nada aqui até chegar em casa.
Hoje comprei papel e caneta (e eu ainda faço uma promessa de não comprar mais canetas já que tenho umas 100 em casa) só para organizar as ideias.
Ontem à noite ainda esbocei algo no celular mas demora mais e às vezes, me faz perder a linha de raciocínio.
Aqui também recordei-me das palavras de uma amiga ao falar da lei do retorno. No meu relacionamento anterior eu era cobrada exatamente o que eu cobro, peço (ou talvez só tenha vontade de pedir) hoje (Apesar dele dizer que me ama mesmo quando eu piro. Eu não acho que eu pire. Só me perco em meio aos meus pensamentos e achismos). Mas hoje entendo perfeitamente do que aquele ex falava.
O calor e os mosquitos me atrapalham dormir. Mesmo completamente coberta por repelente (Alguns mosquitos-ninjas acham exatamente aquele único milímetro no qual você não passou o produto).
Engraçado que se eu acordo repasso repelente no bebê também, independente do tempo em que fiz isso.
Tenho me virado bem com as panelas. Assumi o posto porque meu filho precisa ter horário e tals.
Como férias é exceção tenho brincado de "casinha". Estou adorando!
Escrevi demais e só penso o quanto vai demorar para digitar tudo isso.
Na tv, tem um filme com o Steven Seagal (Em casa, temos nossos heróis mais odiados. O tipo que o ator não tem nenhuma pinta mas é o "fortão comedor". Steven Seagal é o herói mais odiado do meu primo. Eu odeio o Chuck Norris. E meu irmão, um gordinho, barbudo que faz papel de caminhoneiro valentão).
Todo mundo está dormindo e eu, sem sono. Minha mãe perguntou se eu traria o note (Acho que com medo de eu não aproveitar o suficiente). Mas tenho sentido falta.
P.S.: Amor, a pirada aqui te ama.
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