A ficção científica sempre trata de um mundo dominado pelas máquinas. Pensando em máquinas como objetos criados pelo homem na tentativa de lhe facilitar a vida dá para compará-las com o dinheiro. E não precisamos ir ao tal futuro próximo para sermos escravizados por ele. O dinheiro tomou o lugar de todo e qualquer Deus na sociedade atual. Sem heresia. É a ele quem servimos.
Nossos dias são conduzidos somente no intuito de ganhar mais e sempre. Estudamos o que nos parece mais vantajoso dentro de um leque de opções pelo qual temos certa empatia. Inevitavelmente, fazemos um cálculo para viajar, sair para ir ao boliche, antes de escolher um curso ou uma nova decoração. Tudo para verificar se o nosso dinheiro nos permite.
Ele move a sociedade atual. Deprimem-se os que não o tem e ninguém acha que o tem suficientemente. Queremos ganhar mais para consumir mais. Nossas crianças sonham com telefones celulares pessoais. Para que?
É o consumo pelo consumo. E para isso milhares, milhões de pessoas trabalham em um turno dobrado, triplicado. Gastamos nossas vidas juntando uma série de coisas desnecessárias. Que jogue a primeira pedra quem nunca comprou por impulso, pagou caríssimo em algo de grife ou simplesmente sonhou como seria mais feliz se tivesse qualquer bem material.
Grandes empresas estimulam isso o tempo todo. Cadernos com suas folhas cada vez mais decoradas tomando espaços que, teoricamente, seriam para escrever, embalagens de comida em porções cada vez menores, móveis e eletrodomésticos semi-descartáveis e que se tornam obsoletos cada vez mais rápido.
"Os recursos são escassos e os desejos ilimitados". A frase é um mantra do curso de Economia. O que é consumível e realmente necessários? Provavelmente, menos da metade dos produtos que consumimos diariamente.
Pior, que sofremos da Síndrome de Estocolmo. Amamos aquele que nos faz refém. O idolatramos. Servimos a ele como a nenhuma divindade, em tempo algum. Nenhuma sociedade foi tão unânime em relação a uma religião. E ele nos deixa cair em tentação, não nos livra do mal ...
E como diz uma música na voz do Frejat a quem eu amo de paixão:
"Eu desejo!
Que você ganhe dinheiro
Pois é preciso
Viver também
E que você diga a ele
Pelo menos uma vez
Quem é mesmo
O dono de quem... "
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