quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Calculando as coisas da vida


São 13h. Começo a trabalhar agora. Cheguei mais cedo aqui porque não estou capacitada a ter a última aula do dia de hoje. Aliás, a aula que pude assistir foi maravilhosa como sempre.
Como cheguei mais cedo, acabei ficando de papo com quem ainda trabalhava. Quando minha amiga de trabalho me deu 3 exercícios de lógica para fazer. Ela tinha pedido para eu errar e não ficar do lado dos 17% da humanidade capaz de resolvê-los. Mas eu os fiz. Corretamente. E juntando com o nosso outro assunto comecei a refletir. Tenho uma tendência à ordem. Acho que regras existem para que se cumpram (os outros, of course). E eu estou sempre disposta a policiar.
Lembrei hoje de um episódio quando eu trabalhava no atendimento preferencial dos Correios. Certa vez uma senhora ignorou a fila, querendo postar algo. Ao que eu respondi que ela como os demais deveria pegar a fila para o atendimento. Ela alegou que era a mais velha ali e por isso teria prioridade em detrimento dos demais. Insisti que ela pegasse a fila, ao que ela me respondeu alterando o tom de voz o que fez com que a minha supervisora, na época, interviesse. Me recusei a atendê-la mesmo quando a supervisora pegou o envelope das mãos dela e disse que resolveria o problema. Desci e fui ao banheiro só para não ter que fazer. Por quê?
Porque achei um absurdo que, de certa forma, aquela senhora mudasse as regras do jogo. Regras são regras. E ela deveria pegar a fila independente se tivesse 1000 anos. As coisas para mim costumam ser muito claras por isso. Eu sei como fazer porque já foi pré-estabelecido.
Como quando mudo de emprego e tenho me ambientar conhecendo os procedimentos do local. Eu preciso saber o que fazer para aí então seguir um modelo previamente definido.
E por isso os exercícios (Que podem ser considerados como as famosas ‘pegadinhas’. E eu odeio gente que não estuda e depois põe a culpa neles) não me enganaram. O exercício induz ao erro. Mas a regra é clara, como diria o comentarista. Eu peguei os dados que ele me dava, criei equações e as resolvi. Coisa que eu sempre fiz. Não queria saber que, como o exercício propunha, se 1 bola e 1 taco custam 1, 10 reais e a bola custa 1 real a menos que o taco qual seria o valor do taco. Eu vi que:

x+1+x=1,10
2x+1=1,1
2x=2,1
x=2,1/2
x=1,05

e não a 1 real que parece a resposta mais intuitiva.
Mais uma vez, eu não vi o problema, eu procurei a resposta. E ai reside uma enorme diferença. Independia se fossem laranjas, bananas. O valor ou a quantidade de elementos envolvidos.
No papel, o problema nem é tão grave assim. Mas com pessoas é mais complicado. Não costumo usar de muita diplomacia com os deveres alheios. Me passou agora que entre outras funções eu também seria uma péssima funcionária para triagem de hospital, por exemplo. Meu curso de Economia reparou muito essa idéia já que foca muito a humanidade da sociedade. Ser mãe também porque por mais que você queira impor regras, horários aquele serzinho sempre dá um jeito de burlar tendo uma crise de pneunomia quando por exemplo eu teria um mês puxado de trabalho.
Eu vejo isso como uma das falhas da minha personalidade e como as demais eu procuro entender o porque de tal comportamento e o que posso fazer para melhorá-lo. E até isso de se está errado denota reparo faz parte da minha forma matemática de pensar.
Por anos, tive uma relação turbulenta com a minha mãe por não ter essa flexibilidade de pensamento. Achava que ela errava e apontava isso sempre. Para ‘ajudar’ bastante, ela é o tipo de pessoa que não tolera críticas. O circo estava armado então.
Ainda entendo que ela tem que trabalhar isso também. É humildade você reconhecer que errou e se desculpar. Da mesma forma que é uma atitude humilde você não só apontar onde as pessoas burlam a forma como devem ser e agir. Mostrar alternativas, sem impô-las é um caminho.
Pela mesma razão tenho tanta dificuldade com os relacionamentos. Não há lógica neles. Como no caso de um casal que eu mal conheço. O senhor de meia idade (se 50 é meia idade quer dizer que a população, em média, vive até os 100?) abandonou mulher e família para viver com uma jovem, que o abandonou quando ele ficou doente. Para onde você acha que ele voltou?
Não me faz sentido nenhum uma mulher que foi trocada e humilhada aceitar de volta um homem que provou não ter sentimentos por ela.
Hoje também uma amiga vinha me contando sobre um casal em que o homem não trabalha mas mesmo assim vive gastando um dinheiro que não tem, sustentado por uma mulher em quem ele ainda bate e põe para fora de casa. Revolta à parte, ainda me pergunto o que faz esse ser voltar para o lado desse homem?
Se relacionamentos fossem guiados pela lógica matemática seria simples:

2=2 E
2=3 (Não existe)

Amo a Matemática! E nisso eu devo estar numa porcentagem bem menos que aqueles 17%. O máximo de dúvida que respostas de uma equação pode te dar é qual os valores substituir mas as regras são poucas e simples. O que a maioria considera punk é só uma sofisticação das operações de adição, subtração, divisão e multiplicação, salvo exceções.
Mas tudo isso é só para concluir que eu sempre me vi Matemática, achei que me formaria nessa disciplina, tinha orgulho das minhas professoras dessa matéria. Só que conciliar a sede de cálculo com uma compreensão da sociedade e dos indivíduos que a formam que deu uma visão mais maleável da vida.

Um comentário:

  1. Meu filho no problema do taco vc botou que x+1+x=1.10 até ai está correto, mas em seguida vc colocou que 2x=2.1???? whats? 2x=0.1 então x= 0.05 que é o valor da bola e o taco custa 1.05. viu, faz as contas direito po pensar montar equações e esquecer das coisas simples também não vale muito a pena cara. E sendo uma questão com apenas dois valores por que a bola não poderia custar 0.10 e o taco 1 real???

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