terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Recomeço

Morando na casa da minha mãe, quase tudo que é efetivamente meu está no meu quarto. O resto eu compro e vira patrimônio familiar rs*. A alguns meses simplesmente doei tudo o que tinha nele. Fora a cama que “descansou em paz” nessa mesma época.
Comprei ainda uma cama, um celular e doei tv, dvd, uma cômoda do mobiliário do bebê, entre outras coisas. Também dei uma ajuda em dinheiro.
E por que que eu estou enumerando isso se a doação foi por livre e espontânea vontade?
Porque alguns meses depois trouxe uma amiga para dormir aqui depois de um show. Minha cama já era finada e meu quarto estava literalmente depenado. Ela tomou um big susto.
Mas isso passou. Só que demorou. Alguns meses.
Nessas férias, eu mandei pintar as paredes, troquei as cortinas, comprei uma tv de LCD, uma cadeira nova para o pc e já tinha comprado a cama box e tirado do conserto o notebook arremessado ao chão num ataque de ciúme.
Eu não fiquei só chorando as perdas. De verdade, só me conscientizei quando ouvi das outras pessoas que eu não deveria ter feito o que eu fiz. Mas era só material, só dinheiro.
Está tudo melhor que antes. Fiz uma coleção de lençóis e colchas novas. Troquei depois de uns 10 anos o sino de vento lilás que eu tinha na janela (Só porque ao retirar para a pintura quebraram/Caio. Eu adorava ele). Debaixo de inúmeras demãos de tinta ficaram os primeiros traços do meu filho (Que, pasmem!, tem hoje um arsenal de mais de 30 esferográficas azuis (só as azuis) para tentar novamente. Contei para me conscientizar e parar de comprar canetas. Novo semestre e eu tenho que confessar que já estou louca para comprar material escolar).
Mas o que me incomodou foi ver a nítida desaprovação do 'agraciado' pelas doações. Impossível que depois de tantos anos de convivência ele esperasse outra coisa de mim. A vida segue. E eu choro muito sim mas depois seco as lágrimas, levanto a cabeça, pós maquiagem básica: um bom gloss/ lápis/ rímel/ blush é bola pra frente.
Mas enfim ... Contas em dia e com tudo o que eu preciso para ter uma vida saudável.
De coraçãozinho trancado, é verdade. E talvez, isso signifique não ter nada. Só que isso é assunto para outra reflexão.

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