Exausta! É assim que eu me encontro nesse momento. Fomos ao zoo hoje. Muito bom. Por alguns momentos lembrei que pessoas estão soterradas debaixo de escombros no caos em que se tornou a capital haitiana. Dá culpa, sabe?
O que gastamos comprariam, no mínimo, 75 kg de arroz ou inúmeros litros de água. Quantas pessoas isso alimentariam? Quantas seriam salvas com esse dinheiro? E se fosse todo o faturamento do zoo?
Olhar o mundo dessa forma me faz pensar se há lógica na nossa lógica. Tem uma citação da Bíblia (Que para mim é um livro de boas intenções, em partes. Que maravilha seria viver em um mundo onde os homens tratam o próximo “como a si mesmo”!) que diz que o que o certo para nós é piração para Deus. Longe de ser Deus, acho que muita coisa na lógica da política e distribuição de renda é piração (Sim, eu ainda não consegui me desencantar com as ideias de Marx. Só tenho a consciência que com a atual estrutura política e econômica é inviável).
Por isso eu resolvi cursar Economia (Não tinha essa resposta quando o mais doce dos meus professores fez a mesma pergunta). Foi para entender porque existem ricos e pobres. Por que enquanto pessoas morrem de fome de um lado do mundo, outras dão mais de um salário mínimo em um bicho de pelúcia que eu quase não consigo largar na lojinha de lembranças do parque. E sempre me perguntam por que Economia já que “Contábeis tem maior empregabilidade”.
Não gosto desse pensamento. Emprego qualquer um encontra. No zoo safári mesmo algumas pessoas ganham para afastar os animais com uma varinha dos carros e vans. Não desmerecendo o trabalho de ninguém. Ao contrário, existem tantas funções que podem ser desempenhadas por inúmeros seres de diversas escolaridades e de conhecimentos mil. E eu queria entender o mundo ao meu redor e não me tornar uma HP.
Culpa à parte, foi tudo maravilhoso. Os olhinhos do meu filho, os sorrisos. O olhar dele quando no zoo safári uma avestruz veio comer ração na mão do seu pai (Teoricamente, na minha mão se eu não a puxasse para dentro do carro a cada aproximação dos bichos).
E os nossos gritinhos a cada novo animal que aparecia ... Ver ele chamando os bichinhos do carro:”Vem cá” rs*, uma delícia.
Tirando a palhaçada de um grupo no carro do zoo ao entrarmos na área dos “bambis” referente a estarmos entrando em local sagrado, o Morumbi =/.
Há mais de um ano atrás, da última vez que havíamos ido tinha saído encantada com os tucanos. São lindos, coloridos. Na ocasião estava perto da lojinha e acabei trazendo um chaveiro de tucano de recordação que carrego nas minhas chaves de casa e trabalho até hoje.
Dessa vez uma das imagens que mais me marcaram foram os pavões. Estavam feios, trocando as penas.
Excesso de beleza e de “feiúra” me marcaram. Os excessos sempre me marcam. De dor ou de amor. Se é que não são sinônimos rs*.
Mas o que me fez gravar a imagem daquelas aves praticamente depenadas e ainda assim com seus lindos leque-rabos abertos foi a expectativa. Minha mãe tinha lembrado minutos antes o quão lindos eles são.
Ter uma expectativa frustada nem sempre é de todo mal. A mim não fez diferença. Eles só me fizeram lembrar que nem tudo na vida é exatamente como a gente espera que seja. Que beleza é transitória. Estamos bonitos. Ninguém ou quase ninguém é. Ou talvez todos sejam. Pelo menos, não do lado de fora nem para todos. Que, “apesar de” tudo sempre é válido, não perdi nada por vê-los “menos bonitos”. Na verdade, acabei ganhando mais uma reflexão.
E só para concluir, se a imagem de alguns pavões trocando de penas me fez pensar tanto em coisas importantes para mim, imagine ao trocar ideias com outro ser pensante ... Vai ver por isso que a minha mãe reclamou que, apesar de querer muito cochilar na volta, não pode porque eu falei o tempo inteiro xD.
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