
Estou na cama de bobeira, olhando para o meu novo relógio de parede lilás e com borboletas. Faz parte da nova decoração lilás de ano novo. A cor é uma junção do azul que é tranquilizante e do rosa que atrai vibrações de amor (Acabo de me dar conta disso, então nem foi proposital a opção pelo lilás).
E eu sempre adorei borboletas. Até a palavra em inglês “butterfly” me parece a mais bonita do idioma (Apesar de “manteiga voadora” ser uma imagem, no mínimo, inusitada!).
Quando era pequena, 10, 11 anos, minha mãe tinha inúmeras plantas e locais para jardinagem pela casa. Tinhamos plantado tomate, mamão, acerola, chuchu, ameixa. Não sei se todos esses pés foram “contemporâneos”. Fora as ervas: melissa (ou erva cidreira, a mais cheirosa), hortelã, poejo, ...
Plantamos um pé de maracujá que se enrolava pelas grades do portão. Inúmeras lagartas alimentavam-se das suas folhas. E era um espetáculo de cores quando elas, enfim, rompiam seus feios casulos.
De tudo que tínhamos plantado no quintal o pé de maracujá e a roseira sempre foram os que mais me encantaram.
Se as borboletas eram quase uma parada gay de cores, a roseira dava rosas pequenas e de um rosa pálido, semibranco.
Estou como aquelas lindas borboletas no processo de metamorfose. Hoje, ouso dizer que estou rompendo o casulo. Por muito tempo precisei de um recolhimento e de um amadurecimento para viver esse meu momento atual. Não acho que estou completa e exuberante como a borboleta que pousava pelas folhas que anteriormente tinha servido como estrado da cama onde ela repousava para criar aquelas asas lindas. Mas acho que nenhuma borboleta tem noção da sua própria exuberância.
Senti certa estranheza num momento “pop star” hoje. Fui a um escritório de Contabilidade e conversando com a assistente do contador disse que com o Curso de Economia e mais um ano de algumas matérias, eu também poderia adquirir o CRC, o registro para exercer a profissão de contador.
Quando contei para ela a Universidade que estudo, a que trabalho, a moça ligou para o seu chefe porque, palavras dela, ele “tinha que me conhecer”.
Estava lá para ajudar um amigo. No antigo emprego dele haviam pedido para ele fazer as contas nesse escritório. Mas foi um susto e um carinho no meu ego.
Nada do que eu semeei pela vida foi por esse momento. Mas isso é como a cereja do bolo. Não é de suma importância. Afinal o bolo não deixaria de ser bolo, de saciar a fome ou o desejo de comer doce sem a tal cereja. Ela só está ali para dar um sabor especial.
Ralo muito por tudo que eu tenho, tudo o que sou. Nada nunca me caiu do céu e eu também nunca esperei. E, às vezes, alguém aparece para te relembrar que você já deixou de ser lagarta para ser borboleta.

apesar do conteúdo ser profundo, não há título mais BICHONA que esse...hahaha
ResponderExcluirMel-R, parabéns. ninguém comenta mas eu adoro seu blog =]
Aninha, toda vez que eu leio "Mel-R" me lembra as Spice Girls e a Meryl Streep ... =) Saudades!
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