segunda-feira, 26 de abril de 2010

Talvez...

Estava estudando para uma prova fodônica que tenho na quinta. Vou subir para a última aula agora. Estava bem até ver o site para onde o Google tinha me redirecionado. Será que o mundo conspira contra mim?
De repente tudo me lembra ele. A música no rádio do carro, o nome do restaurante, a pixação, os amigos dos meus amigos...
Parece que ninguém mais se chama João, Pedro, Afonso. Jurei que não faço mais nada por essa relação. Que não tento ... Mas quem consegue me fazer parar de pensar?
Pensar em como seríamos felizes juntos, lembrar de como já fomos felizes, cada riso, cada brincadeira, cada carinho, o desejo, ...
Não tenho conseguido isso. Como uma amiga me disse uma vez, talvez, eu nem esteja me esforçando porque 'a dor tá teson' rs*.
Quando eu disse que não esperaria é porque dói e eu não posso mais prolongar essa dor. Precisava de uma solução. Qualquer sim ou não seria melhor do que um 'talvez'...
Talvez eu volte a esse assunto do qual na verdade eu nunca saí. Talvez não.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

O descanso da guerreira

Nos grandes épicos, todo cavaleiro do bem tem uma linda amada que o aguarda em um vestido de tecido leve, cor suave e esvoaçante, olhos claros e doces, com uma compreensão que faz pensar porque ela não procura marcas de unhas no pescoço ou de batom na armadura. Ela simplesmente o ajuda a tirá-la e prepara o banho. Sem submissão mas com um companheirismo acolhedor.
Saí pra vida, lutei a minha luta. Agora eu quero um cavaleiro particular. Que cuide de mim quando eu retorne pra casa (espero que ninguém entenda isso como um marido ... quem me conhece sabe da aversão que eu tenho à ideia). O colo (e eu tenho repetido inúmeras vezes essa palavra nos últimos dias).
A armadura de amazona (Shena, a princesa guerreira?) ficou pesada demais quando se junta ao cansaço do limite corporal e mental.
Me perdoa o cansaço, a falta de vontade de detalhar certas coisas (ou às vezes, a vontade de detalhar excessivamente). Não me cobra. Só me acolhe.

Lista de compras


Quero ir ao supermercado hoje. Mas nada de barras de cereais, frutas nem chocolates. Tenho uma lista diferente. Quero comprar mais delicadeza para os meus dias (para usar no metrô ou na lotação pela manhã), mais horas (pra eu conseguir ir à aula, trabalhar, namorar, estudar, brincar com o meu filho de autorama e ficar ouvindo "Apetaaa" pra eu não tirar o dedo do controle (e umas pilhas porque no fds a gente deu cabo até das recarregáveis rs*), ficar na net, fazer unhas, cabelo, sombrancelha, depilação e DORMIR!), mais clareza (pra eu pensar antes de falar, falar só o que eu realmente penso e acredito e não me deixar guiar pela raiva e orgulho). Quero comprar mais beijos seus e abraços e carinhos e ... (o horário não permite rs*).
Não vou encher linguiça. Só isso me faria feliz e realizada.

Freedooooommmmm

Ser feliz! Eu quero e você? Como você quer ser feliz? Namorando, casando, tendo filhos, enriquecendo, deixando de trabalhar? Estudando, surfando, se curando, deixando de ver aquele vizinho, patrão, ex amigo, ex amor?
Eu quero ser feliz? Como?
Quero me libertar... Do sono, da culpa, da saudade, da dor, da morte. Quero liberdade. Lembra do Mel Gibson gritando em 'Coração Valente'"Freedooooooooooooommmmmmm"? É isso. Só isso. Liberdade de querer o que eu quiser, como eu quiser. Sem relógio, nem calendário. Sem culpa. Sem obrigações. Com respeito. Com amor.
Ontem, encontrei dois amigos na lotação e o Willy disse que queria voar. Eu, a cética, "De helicóptero, né baby?" ao que ele me respondeu "Não, queria ter asas ... Cruzar os céus em todas as direções". Ou seja, Ícaro é meu amigo rs*. "E" todo ser humano tem essa necessidade. Que grita mais alto quando algo nos restringe. Falta de dinheiro, de isqueiro, de amor. Falta de sexo, de nexo, de sentimento.
Quero voar porque me falta você. Quero voar pra te buscar pra minha vida. Mesmo quando eu digo o contrário. Na verdade, se eu tivesse uma tecla SAP ela simplesmente tiraria os 'não' da maioria das minhas frases quando eu surto basicamente. Tipo "Tem certeza que é isso que vc quer?", eu "Sim" (querendo dizer não). "Não vai mudar de ideia? Depois vai ser tarde!", eu "Não!" (querendo dizer sim).
Sei lá porquê. Me condicionei a sofrer. Por medo de falar muitas vezes, o que eu estou sentindo eu distorço. E não é medo de falar, pura e simplesmente. um desaforozinho sai que eu nem percebo. Um, dois, cem. O medo é de falar o que eu sinto. De me mostrar frágil. De tirar a casca do caranguejo como um chapéu e presenciarem que a mulher de ferro tem as juntas de papel.
E imaginem se Ícaro além das asas de cera tivesse os cotovelos e joelhos de papel?

Viajando na batatinha

Eu SEMPRE ganho um presente dos anjos (não sei se os anjos da maioria ... anjos como guardiões das forças do Bem). O meu presente ontem foi encontrar uma pessoa muito especial online.
Eu estava confusa, preocupada com a prova de hoje, com uns problemas pessoais, com o rumo da minha vida. Nessas horas vem aquele sentimento que você está no caminho errado, que TODAS as suas decisões são as piores possiveis, que SÓ você erra no mundo. Pois bem, nesse meu momento 'Meu mundo caiu' encontrei um garoto espetacular. Que, pasmem!, me entendeu perfeitamente. A louca, a descontrolada, a furacão de emoções. Melhor que isso, chegava a concluir as minhas frases, concordando com boa parte das coisas que eu dizia. E ninguém pode dizer que eu fiquei feliz apenas pelo fato dele concordar comigo. Meus maiores amigos quase nunca concordam com a minha forma de ver as coisas. E eu os amo.
E hoje, com a Ma, na volta da aula, foi a mesma coisa. Um amigo diz que eu preciso de aprovação para ser feliz. Concordo. Mas essa aprovação não é externa. É pessoal. Quando alguém diz que eu estou errada, eu pondero. Posso nem dar o braço a torcer mas pondero. E algumas vezes, o meu interlocutor me coage a crer no que diz. As terceiras opiniões servem para desempatar esse embate rs*.
Não que eu vá aceitar toda e qualquer opinião. Mas vou refletir em cima delas.

Tenho sentido falta do blog. Mas com aula fica mais dificil vir aqui. Até passo boa parte do meu dia em frente ao pc mas no trabalho com as pessoas me perguntando mil coisas não rola escrever. Sou mais feliz quando tenho essa oportunidade.

Quanto a relacionamentos, me sinto como alguém que acaba de chegar de uma viagem. Acabo de parar e estacionar. Quero ouvir aquele barulho que o carro faz segundos após você o desligar. Quero descer e esticar as pernas. Tirar as malas. E não emendar uma viagem à outra. Quero um descanso. Pensei que fosse me mudar pra lá. Preciso de um tempo. Para me adaptar com a vida no meu 'novo velho ambiente'.
E esse tempo não é para ficar relembrando os lugares por onde andei, revendo as fotos, revivendo as sensações. É só para planejar a próxima viagem, trocar o óleo, completar a água, trocar as roupas da mala.
Espera que, quem sabe, eu não te dou uma carona rs*?

...

Droga! Não tem mais como correr ... Tô mexida ... Até o uso excessivo de três pontos eu 'roubei' dele rs*. Que inferno!
Quando eu estou perto acho que quero ficar longe e quando estou longe tenho a certeza de que quero ficar perto. Apesar das tempestades em copos d'água que 'eu faço sozinha', ainda quero que isso dê certo.
Confusa. Triste. Cansada. Sozinha.

terça-feira, 13 de abril de 2010

Eu quero um jardim e não um vaso de flores ...


Sou uma mulher à beira de um ataque de nervos. Por vezes, tenho tentado eliminar o que me incomoda mas a minha sobrecarga de responsabilidades e o medo de não atingir resultados satisfatórios em todos os setores da minha vida vão me enlouquecer. Desde sábado, já citei isso algumas vezes para amigos porque o episódio realmente me fez parar para pensar. Dei uma carona para uma amiga e ela precisava passar no mercado superlotado como todo fim de semana próximo ao pagamento. Fiquei no estacionamento, fora do carro pra que ela visse onde eu tinha estacionado já que para aglizar eu tinha pedido à ela que descesse enquanto eu procurava uma vaga. Foi quando encontrei um amigo de cursinho. Um fofo. Perguntei da vida, o que vinha fazendo e ele me disse que estava cursando o curso no qual entrou no ano em que estudamos. Achei que tinha entendido errado afinal são 7 anos!
Me espantei porque sou ansiosa demais. Estou sofrendo e cultivo um pensamento diário que preciso pegar mais matérias nos próximos semestres para 'acertar' o passo pelo semestre passado perdido pela avalanche de problemas pelos quais passei. Até esse dia era quase que uma idéia fixa. Juro que a ideia de um simples mortal próximo passar pelos meus problemas, de certa forma, que eu me fez relaxar. E quantos milhões de universitários trancam suas matrículas diariamente? Quantas pessoas simplesmente desistem por falta de dinheiro, de tempo, de paciência ou de perspectiva?
Como sempre o que me faz sofrer é o meu alto índice de exigência comigo mesma. Me maltrato demais com ela. Eu TENHO que ser a melhor, eu TENHO que cuidar das pessoas que eu amo, eu TENHO que saldar minhas contas, eu TENHO que estudar mais, eu TENHO prazos para ganhar mais, comprar uma casa, um carro, ...
A ansiedade vem me consumindo e eu tenho me tornado um poço profundo de reclamações. Vario entre um bom humor temporário e uma rabugice também sem profundidade. Mas eu ainda achava que tinha uma rede de proteção (amigos, família, amigos que são mais que família rs*). Mas esses dias vi um furo enorme nessa 'rede'. Me conheço e sempre trato as pessoas como eu gostaria de ser tratada. Mesmo quando erro, foi tentando acertar. Só que quando muitas pessoas próximas acham que a sua forma de agir está errada você a repensa. "É impossível que eu seja a única certa". Juro que me revi de todos os ângulos e vi que, se errei meu erro não foi maior que a confiança e carinho que depositei. Me doei a pessoas que não olharam para mim. Fui translúcida, transparente. Relatei coisas que eu tinha medo de relatar até pra mim mesma, sozinha, num quarto escuro.
Me senti traída no ponto mais fundo da minha alma. Trocada por um script de mentiras repetidas a qualquer uma.
Tive uma crise de ansiedade séria porque exatamente TUDO que eu mais quero no mundo demanda certo tempo para realização. Conclusão do curso, a minha tão sonhada mudança, entre outras coisas de igual importância para mim.
E esse tempo de maturação (e não é uma espera tranquila não... tenho vencido uma batalha atrás da outra na relação comigo mesma e com o mundo) tem me deixado tensa.

A vida tem me ensinado que a visão que eu tenho de que as pessoas que conheço e que se aproximam de mim tornam-se parte do jardim que é a minha vida só serve para mim mesma. A massa acredita que as pessoas que passam pelas suas vidas são como as flores dos vasos. Lindas e com o mesmo perfume que invade a casa. Mas sem raiz. Após certo tempo, o aroma acaba, as folhas murcham e chega a hora delas partirem ... para o lixo! =/

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Começando mais uma vez sem recomeçar

Criei o blog porque eu precisava falar. Comigo mesma, com você, com moinhos de vento. E novamente, eu preciso falar. E falo aqui porque as pessoas tendem a não me compreender. Sei o quão confusa eu posso ser. Me interpretar exige um esforço do qual não sei se sou digna ou se há interesse das pessoas de o fazer.
E é pelo desinteresse alheio que eu estou aqui. Fui colocada contra a parede, pressionada a pedir desculpas por uma coisa que eu não fiz. E eu já vinha tentando remendar essa relação por várias vezes, como eu faço com as bolsas que eu amo enquanto elas vão se destruindo por desgaste natural. Um dia, eu mando trocar a alça e em outro tiro uma fivela já que a outra que fazia par já caiu. Só que chega o dia dela ser 'aposentada'. Ir para o rol das queridas que muito me serviram.
Juro que com essa relação fiz o possível. O MEU possível. Como diz aquele ditado que nossas avós adoram:"Quem muito se abaixa, mostra a calcinha" (Acessório semidesnecessário)
Preciso gostar mais de mim sempre senão somos duas pessoas penaando no bem estar alheio e nenhuma, no meu.
Sou uma fênix. Sempre recomeçando. Dessa vez eu não quero REcomeçar. Eu quero começar apenas. Começar a viver, começar a me amar nas proporções devidas. Esquecer todo e qualquer passado. Ver as pessoas e situações como folhas em branco, sem comparações que tem sido as maiores armadilhas em que recorrentemente eu caio.
Sou canceriana. Ostracista. Ligada ao passado numa relação idem à do bebê e o cordão umbilical. Meu passado me alimenta e me ajuda a respirar. Só que assim, como tenho sido em mais de 30 anos, não sou compreendida. E como canceriana também preciso de uma aceitação universal impossível de ser realizada.
Levo ao pé da letra o 'Amar ao próximo como a ti mesmo'. Só que nem tudo que eu gostaria que fizessem para mim, é o que o tal 'próximo' espera.
Brinco com o fato de que não sou normal. De verdade, se normalidade é uma generalização da espécie, ninguém é. Somos diferentes. Uns dos outros e de nós mesmos dependendo apenas dos momentos das amostragens.
Então toda vez que eu tento tratar o outro como eu gostaria de ser tratada, eu desaponto.
Não vou chamar esse momento de decepção. Vou chamar de desencontro de objetivos e de pontos de vista. Estou saindo dele da forma mais leve que encontrei. Sem ressentimentos (o que se tratando de mim, é redundância já que eu nunca os guardo ... quem me conhece minimamente sabe que quem me ofendeu ontem, amanhã, no máximo, terá uma nova oportunidade de fazer o mesmo). Sou quase como um joão-bobo (e eu sempre achei esse brinquedo infantil meio sinistro. Tenho que abrir esse parágrafo: Assim como as historias infantis. Todas narram traição, morte, sequestro, canibalismo, feitiçaria, ... enfim (aquele 'enfim' conclusivo dos professores universitários que não concluem nada)). Um joão-bobo porque apanho, me levanto o mais rápido possível e dou a outra face.

P.S.: Nanni, (não o Ernane, nem a Naianne, para quem ir para a universidade é luxo) ... Eliane, obrigada amiga ... Me ouviu enquanto sangrava.