domingo, 28 de março de 2010

Nem eu mesma sei

É normal que não se admita certas coisas aos outros. Que você teve furúnculo, que gosta de dormir com um pijama da Disney ou sei lá quais outras coisas o ser humano possa ser capaz. Mas eu não admito certas coisas para mim mesma. Exemplo hipotético: Não esqueci uma ofensa que um(a) grande amigo(a) me fez mas assim que ele(a) pedir desculpas vou 'ficar de bem' sem pestanejar. E nem lá no fundo, de eu para mim mesma eu vou me conscientizar que essa mágoa ficou, algumas vezes resistindo bravamente a toda e qualquer nova investida de retomarmos a velha intimidade passada.
Quando meus queridos me questionam certas coisas me perco por isso. Não por não ter pensado previamente no assunto. Simplesmente por não ter concluído nada.
Sentimentos que não acabaram, feridas que não cicatrizaram, retornam à superfície da minha alma como se nunca tivessem imergido.
Não sei se minto para mim. Não sei se só estou tão habituada ao que 'deve ser feito' que para isso ignoro meus sentimentos sem matá-los. Só finjo que não dói, que já passou.
Tenho sido mais sincera comigo mesma. Me questionado coisas para as quais nem eu mesma entendo a minha posição. E isso não é muito fácil. E a falta dessas respostas me confundem como quando as pessoas questionam a religião, Deus e a 'criação' do mundo ... Chega um ponto em que nada faz muito sentido. E normalmente é o sentido das coisas o que me interessa.
Tenho ouvido repetidamente que complico as coisas simples, que preciso injetar mais vida na minha vida, que preciso deixar de ver a vida como problemas a serem resolvidos, que eu devo me permitir mais, simplesmente gozar a vida ...
Mas eu não consigo ter todo esse despreendimento. Eu tenho tentado e isso realmente torna a vida mais leve. Mas é tão estranho isso para mim ... Dizer eu te amo quando eu sinto vontade e não brigar até ele provar que me ama porque me tolera, comer um brigadeiro sem culpa, sem pensar nos resultados para minha pele, meu peso (afinal é só um brigadeiro)...
Culpa, medo, ansiedade, ... sentimentos que só burocratizam a vida. Eles me fazem sofrer por antecedência, entrar em relacionamentos em que eu vejo um futuro trágico como um histórico que muito provavelmente eu já criei com esse mesmo pensamento. Me fazem ter medo de dar o primeiro passo porque o mundo é ruim, as coisas tendem a dar errado e eu já sei onde tudo vai dar."A louca".
E a sensação de dejà vu só me traz a certeza de que enquanto eu não aprender a fazer certas coisas de forma diferente, essas situações vão continuar se repetindo na minha vida. Como uma DP. E aí ou eu revejo toda a matéria e aprendo a lidar com ela ou é desistir do curso ... ops da vida. xD

segunda-feira, 15 de março de 2010

A agenda de hoje é ...

Planejamento. Sou um ser humano pensante e há dias tinha 'programado' o dia de hoje. Apesar de ser meu dia de folga, eu acordaria cedo para ir para a aula, tinha uma janela entre as aulas, onde provavelmente eu estudaria para a prova mais próxima e depois almoçaria no bandejão e passaria a tarde aguardando para a consulta no dentista.
Bem, bem, bem. Mas depois de uma longa espera a assistente do dentista me ligou há alguns dias para desmarcar a consulta 'sem previsão de quando abriremos a nova agenda' ao que eu fui, para dizer o mínimo, pouco 'sociável' ao constatar tanta organização e eficiência.
Como o que não tem remédio remediado está, me restava assistir aula e voltar para my 'home sweet home'. PORÉM, eu tenho um filho. E esta criança ontem me acordou três vezes com "Atóda mamã" "Ivanta" e choveu a noite toda. Acordei no último horário passível de eu sair daqui e entrar na primeira aula. Até tomar banho, me vestir e arrumar a mochila/pasta/bolsa (nunca decido com o que eu vou). Desisti. Só olhei duas vezes o relógio e voltei a dormir.
Eu merecia tamanho descanso. Levantei , levei meu anjo à escola, na volta tomei café, papeei na net, estudei muito e na hora do almoço enquanto assistia o jornal local vi uma reportagem sobre o Dia do Consumidor que me interessou e fui atrás de um serviço que estava sendo prestado na Praça do Colégio, na Região Central. Aí foi a hora em que eu dirigi ouvindo e cantando a plenos pulmões Pussycat Dolls, Fernando e Sorocaba, Darwin, Ivete e qualquer coisa que eu zapeando achasse legal.
Lá consegui o caminho para resolver um problema que eu protelo a anos. Valeu o dia. E na verdade, meu dia inteiro, totalmente fora do que eu imaginava que ele seria, todas as horas até aqui valeram a pena. Mesmo eu escutando umas observações injustas. Isso só foi para reafirmar que felicidade incomoda e hoje eu tinha felicidade saindo pelos poros.
Esses dias li uma camiseta que dizia algo assim "Aqui não devolvemos tempo de vida, só a vontade de vivê-la". E meu dia doi a tradução disso. Foda-se o que passou. Cada dia é um novo recomeço e temos a obrigação de fazer todos eles valerem a pena. Agora tá me dando um soninho mas não é aquele meu companheiro de sempre, o cansaço mental. E o físico para mim sempre foi mais suave. Boa noite e que o dia de amanhã seja o melhor da sua vida! xD

terça-feira, 9 de março de 2010

O mundo gira

Moro em São Paulo onde fazem as 4 estações num mesmo dia; onde a noite, muitas vezes, é mais clara e mais movimentada que o dia; onde as pessoas tomam n transportes públicos para chegar a determinado ponto da cidade. Vejo que as coisas mudam a cada momento. Eu mudei.
Só não sei em quem me transformei nem como ver as pessoas ao meu redor. A vida é ciclíca, é movimento. Quem está vivo muda.
Mudamos de gosto, de ideias, fisicamente, mentalmente. Fomos bebês, crianças, aborrecentes e alguns se tornam realmente adultos. Crescemos, engordamos ou emagrecemos, engravidamos, alguns deixam a barba crescer. Mudança.
Quero exterminar com o que não me faz bem. Quero zerar minha alma. Acabar com medos, traumas, preconceitos, fantasmas que me perseguem desde sempre e não me levam a lugar nenhum.
Vou morrer isso é fato. Vou sofrer, por muitas vezes, antes disso. Só quero que seja o mínimo possível. Só quero que só doa o necessário.

As coisas tão mais lindas

Cássia Eller
Composição: Nando Reis

Entre as coisas mais lindas que eu conheci
Só reconheci suas cores belas quando eu te vi
Entre as coisas bem-vindas que já recebi
Eu reconheci minhas cores nela, então eu me vi

Está em cima com o céu e o luar
Hora dos dias, semanas, meses, anos, décadas
E séculos, milênios que vão passar

Água- marinha põe estrelas no mar
Praias, baías, braços, cabos, mares, golfos
E penínsulas e oceanos que não vão secar

E as coisas lindas são mais lindas
Quando você está
Hoje você está
Onde você está
As coisas são mais lindas
Por que você está
Onde você está
Hoje você está
Nas coisas tão mais lindas

Guerreiros com guerreiros fazem zig zig zah

Tive que cavar as oportunidades da minha vida no concreto. E você já viu alguém quebrando concreto? Com muito sacrifício você remove um nada e ainda assim voam pedregulhos em cima de você. Me acostumei a tomar pedrada. Não que não doa. É que eu sempre espero que vá doer. Aí eu desenvolvi um sistema louco de autoproteção. Se vai doer depois, melhor doer agora. Mesmo quando as coisas estão bacanas (ou principalmente nesses casos) eu encontro problemas.
Um grande amigo meu me disse esses dias "Deixe que te façam feliz. Se permita ser feliz". Mas eu só sei lidar com a dor. Até porque quando você, enfim, encontra a felicidade, alguma coisa acontece.
No meu caso, eu aconteço. Desconfio dos tempos de paz. Fui treinada para guerra. Muitas vezes, noto que sei chutar mas não abraçar. Estou sempre alerta para o perigo, para o mal. Desconfio de tudo e todos o tempo todo. Não relaxo, não descanso, não me entrego.
E eu sei onde isso dá. E continuo com a mesma fórmula.

quarta-feira, 3 de março de 2010

(x) certo

Tô cansada ... Acabei de chegar da aula ... Meu squeeze vazou na minha bolsa e foi uma sessão de halterofilismo chegar até aqui carregando 3 livros, 3 cadernos, 2 apostilas que eu mesma encadernei e umas folhas avulsas. Tô com fome ...
Desde ontem um assunto é recorrente nas minhas conversas. Conceitos de "certo" e "errado".
Quem está apto a julgar de forma precisa o limite que os separam? Ontem falei do assunto com um querido que estava bravo porque uma amiga nossa tentou fazer o que ela achava certo e que, de certa forma, traria prejuízo a ele (Não é eficiente no sentido de Pareto xD só 10 em Micro kkkkkkkkkkkkkkk).
Ela tomou uma atitude altruísta. Só que para juntar duas pessoas, ela o separaria teoricamente da pessoa que ele diz gostar. Hipóteses. Nada pode precisar que realmente as atitudes dela juntariam duas pessoas. Se as juntasse é só porque elas realmente se gostam e quanto a isso pouca coisa ele poderia fazer.
Ela tentou fazer o que achava certo e o que muito provavelmente eu também faria. Ele defendeu seus interesses o que também eu faria.
Ambos estão certos. Só as óticas é que diferem. É como o cara que legalmente corta uma árvore (de reflorestamento para tirar o ônus da culpa). Ele faz mal à Natureza mas faz bem ao processo produtivo (e se não fosse ele onde: cama, mesa, balcão, ...; estariam nossos pcs agora?).
Talvez a minha falta de religiosidade me permita essa falta de clareza. Talvez pensar que cada fato é um fato e que (principalmente economicamente) tudo depende da análise das variáveis, nunca sei o que é certo. Tento pensar no que, para aquele momento, pode ser a decisão mais acertiva.
Tem gente que não gosta dessa postura. Tem que se ache possuidor da balança do Bem e do Mal. Juiz do mundo. Conhecedor de todas as virtudes.
Eu, ao contrário, tento sempre ver lado bom de cada decisão alheia, entender quais eram os seus interesses e emoções.
Certo e errado precisos servem só para as correções de cálculos. E até ai podem haver exceções.
O certo é que eu vou comer alguma coisa agora e espero que tudo termine bem ...