
Segunda-feira eu fui à livraria Saraiva. Comprei um livro ao qual a atendente denominou "técnico" e "Aprendendo a viver" da Clarice. Pensei em escrever "de Clarice Lispector" mas somos íntimas. Ela conhece a minha alma porque tentou desvendar a sua própria existência.
No domingo passado, enquanto eu trabalhava e ouvia fofocas e perguntas as quais as pessoas não pensam antes de pronunciar (Como o moço da minha sala que vira para o nosso professor, intelectual, coordenador do curso, agenda repletíssima e pergunta "Professor, devo levar minha HP para a aula de HP?". Melhor seria ele levar um balde de Lego mas enfim...). No último domingo, estava eu querendo fugir dessa realidade e me pus a ler frases e trechos de Clarice.
Ela diz coisas que eu vejo mas nunca soube traduzir em palavras. E consegue me transportar para um mundo mais doce onde alguém se encanta com o surpreendente desabrochar de uma flor qualquer.
Passei o resto da semana entre livros (comprei 3, no total). Quinta não vim ao trabalho. Passei a tarde com a May e o Beto numa das bibliotecas da Universidade terminando uma lista de exercícios(Outra ocsião para um funcionário pedir para que diminuíssemos o tom). Demorei para começar a render produtivamente e quando eu realmente estava no pique pós nossa parada para o almoço depois da aula, Beto "pediu para sair" (leia-se com a voz do Capitão Nascimento).
Fui então à Livraria Cultura buscar um livro e eis que encontrei um café aconchegante, como todo o estabelecimento. Pedi um expresso duplo e esse dia passou a valer mais a pena somente pela descoberta do efeito de um expresso duplo após do almoço. Estava no ritmo.
E sem pudor nenhum saquei meu caderno, a HP e a lista de exercícios. Fiquei ali por horas. Às vezes, descansava os olhos dos números levantando a cabeça e olhando ao redor as pessoas que sentavam e saiam. Mulheres elegantes, intelectuais, gente que só foi ali pelo café...
Saí com muitas dúvidas sobre a minha lista. Poucas sobre o que ambientes que exalam cultura me fazem...
P.S.: Na quinta, na Livraria Cultura, comprei uma sacola linda que eu já havia visto uma estranha usando na rua... Na hora que comprei lembrei que, além do meu exmarido, outro homem faria o comentário que sempre me penaliza: "Outra bolsa?"... Ah, meninos!!! Poucos entendem a necessidade vital que temos por AQUELA bolsa... Que parece, ser a última a ser adquirida até a próxima... xD